O mercado de viagens corporativas só cresce no mundo todo. De acordo com um novo relatório publicado pela Allied Market Research, intitulado “Mercado de viagens corporativas por serviço, setor e viajante: análise de oportunidades globais e previsão do setor 2017-2023”, o volume do mercado de viagens de negócios deve atingir US$ 1,65 bilhões em 2023, crescendo a uma taxa anual de 4,1% contados desde 2017.
No Brasil, os indicadores atuais demonstram uma melhora significativa no volume de viagens corporativas. Isso é resultado do otimismo empresarial e do aquecimento econômico, ainda que este último caminhe a passos lentos. Ou seja, a tendência é que o setor continue crescendo em 2020.
PLANEJAMENTO 2020
Cibeli Oliveira, diretora Comercial e de Marketing da TripService, explica que, se do ponto de vista econômico este aumento é positivo, por outro lado é um alerta para os gestores de viagens corporativas. Estes precisarão trabalhar com cuidado no planejamento orçamentário de 2020.
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Dados de um levantamento da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) mostram que, somente no primeiro semestre de 2019, ainda sob efeito da saída da Avianca do mercado, houve um aumento médio de 32% nas tarifas aéreas nacionais, passando de R$ 607 para R$ 806, em média. Nos últimos meses, porém, com outras companhias operando as rotas que antes pertenciam à Avianca, já é possível perceber uma curva de decréscimo nas tarifas.
HOTELARIA
O setor hoteleiro também vem apresentando índices positivos em 2019. A ocupação aumentou 4,4% de janeiro a agosto e o valor tarifa média cresceu 6,3%. Os dados são do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB). Para a Abracorp, que representa o mercado de viagens corporativas, a variação das tarifas de hotéis foi de 14,5%. Isso elevou a diária média para R$ 252 no mesmo período analisado. “Tantas variáveis intimidam as empresas, que não sabem qual cenário projetar para 2020”, analisa Cibeli.
Em 2018, o segmento de viagens corporativas representou 75% da demanda de hospedagens no Brasil. Isso resultou em flexibilização das diárias numa tentativa de crescer o volume de ocupação em 2019. Em 2020, o mercado será influenciado novamente pela lei da oferta e da procura. Há regiões onde a hotelaria está com quartos superdimensionados para a demanda atual, existindo possibilidades de manutenção ou redução tarifária. Encontram-se nesta situação cidades como Itajaí, Rio de Janeiro e Macaé, entre outras. Já destinos tradicionais como São Paulo não veem sua oferta crescer na mesma proporção que a demanda. O resultado é um aumento imediato de valores.
Confira na tabela abaixo as médias das diárias nas principais cidades do Brasil (2018-2019):
PASSAGENS AÉREAS
Desde a aprovação da medida provisória que permite que companhias aéreas com 100% de capital estrangeiro operem no Brasil, a movimentação de players internacionais interessados em operar voos domésticos e internacionais no país tem sido crescente. “Ainda que a MP tenha sido aprovada e o objetivo seja, de fato, atrair mais empresas para operar no mercado doméstico, há enormes desafios para investidores estrangeiros desembarcarem aqui e apostarem nos voos internos”, aponta Cibeli.
Especialistas em aviação não têm certeza se a abertura do mercado pra companhias estrangeiras trará uma redução significativa nos preços das passagens aéreas. E isso afeta nos valores das viagens corporativas. Fatores como o chamado Custo Brasil, taxa cambial, burocracias, incertezas econômicas e instabilidade política distanciam empresários e investidores. A avaliação do setor é que, mesmo que uma companhia aera low cost opere voos regulares no Brasil, é uma questão de tempo para ela adequar tarifas aos patamares praticados pelas demais empresas. A carga de impostos é pesada e as margens do setor, apertadas.
CENÁRIOS DIVERSOS
Conforme Cibeli, para que tenhamos uma alteração significativa de cenário nas viagens corporativas é necessário mudanças mais profundas, principalmente tributárias. Diante deste panorama, as três companhias aéreas que detêm a maior fatia de mercado nacional se encontram em uma situação favorável e continuarão tendo maior poder de precificação de passagens.
Há também a questão das incertezas globais quanto à economia americana, que afetam diretamente o câmbio, mantendo-o desfavorável. Isto, por sua vez, influencia a precificação das passagens aéreas, já que o combustível e outras despesas importantes são definidas em dólar. No Brasil, o combustível representa cerca de um terço do preço do custo total da viagem, de acordo com dados da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Nos Estados Unidos, o combustível corresponde a cerca de 20% dos gastos.
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